São Francisco Xavier SP x Monte Verde MG
E lá fomos nós em mais uma aventura. Incrível como percorremos o mesmo caminho, ainda que em datas próximas, e ele nunca é o mesmo, a cada acampamento parece que a trilha se transforma, o clima, a vegetação, a paisagem, as energias! E o que dizer das energias? Ahhh elas nos renovam, não somente as energias da natureza, mas as energias de amigos que nos acompanham, que nos motivam a ir sempre além!.
Começamos nossa jornada cedo, com a pontualidade de todos saímos na hora certa de São José dos Campos, mesmo alguns sendo desafiados por não estarem familiarizados com as curvas da estrada (haja estômago hahaha) nós chegamos cedo em São Francisco Xavier, tomamos café em uma padaria no centro e partimos rumo á montanha.
Chegamos no começo da trilha aproximadamente ás 09h30, nos despedimos da Cris, que generosamente nos prestou o serviço da van, e não perdemos tempo, começamos a trilha com todo o gás, subindo e parando em cada olho d'agua para descansar e apreciar da paisagem, e o que dizer da paisagem? Acho que palavras não expressam a sensação de trilhar em um dos poucos lugares com a mata atlântica totalmente preservada.
Desta vez fomos surpreendidos enquanto descansávamos, graças ao imperativo Lucas Peixoto que resolveu se adiantar em algumas curvas, logo ouvimos os seus chamados em som de gritos:
_Venham! Há macacos aqui!
E nós, olhando uns para os outros, não acreditamos, pois sabíamos que ele estava apenas nos apressando, masss...não é que era verdade?! quando chegamos onde ele estava, o vimos olhando inquieto para as árvores, e quão grande foi nossa surpresa quando percebemos que fomos tolos em não acreditar! Sim! eram macacos! Muriquis pulando de árvore em árvore, um bando enorme atravessando bem no meio da trilha, uma maravilha da natureza diante dos nossos olhos. Ficamos fascinados quando víamos mamães Muriquis carregando seus filhotes nas costas, e mais ainda quando víamos filhotes se aventurando sozinhos e se arriscando entre os galhos, sempre com a ajuda da mãe, é claro.
Continuamos a trilha, mas foi assunto pra horas! Também pudera, quem tanto têm a chance de avistar o símbolo da cidade de São Xico, vivendo livremente em seu habitat natural? Uma honra pra poucos, uma honra pra nós!
Chegamos ao pico aproximadamente 12h30, cansados pelo esforço, mas com mais uma vitória na mão!
O dia estava lindo, o Sol forte nos presenteava com um tempo limpo, e uma vista vislumbrante de toda a paisagem natural. Depois de um descanso nós armamos as barracas e aproveitamos a tarde pra descansar e assinar o livro do pico.
O pôr do sol estava lindo, desta vez não estava embebido em raios de luz como estávamos acostumados a ver, e sim sozinho, uma bola de fogo solitária, que se escondia no horizonte, indo descansar calmamente, exausto, assim como nós, da sua batalha quotidiana, dando lugar a noite, que por sua vez veio bem vinda.
Quando se estendeu a noite nós montamos a fogueira, e após várias tentativas frustradas do Sid 'O senhor do fogo' (André Victor) de tentar acender, acabamos conseguindo.
Desta vez a lua estava vergonhosa, só nos deu o ar da sua graça ás 21h30, estávamos quase desistindo de vê-la, mas ela veio, cheia, linda e exuberante, clareando nossa noite.
Fomos dormir cedo para vermos o nascer do sol, acordamos com todos gritando para levantarmos, pois havíamos combinado de um acordar o outro, e é sempre assim: um por todos e todos por todos!
Estava muito frio, e mesmo agasalhados pegamos o saco de dormir e fomos até a pedra mais alta, ficamos lá, encapsulados como uma crisálida dentro do saco de dormir, até que ele veio, o tão esperado sol...rasgando o horizonte e expulsando as trevas com sua luz, nos convidando para mais um dia abençoado.
Durante a manhã nós ficamos enrolando, cada um em seu canto, com seus pensamentos e apreciações, depois de tomarmos café (modo de dizer já que comemos qualquer coisa haha) desarmamos acampamento e tiramos os últimos minutos para as fotos.
Nos despedimos dos outros campistas que também estavam no pico e descemos, rumo a nossa realidade.
Pessoalmente não posso dizer que a despedida é dolorosa, pois sempre saio de lá certo de que minha volta não tardará, e a montanha estará sempre lá, como um coração de mãe, sempre disposta a receber os corajosos.
